Ele já estava acostumado, desde que nasceu era assim: sempre o segundo...
Ele era gêmeo e, é claro, ele foi o segundo a nascer...
Enquanto ia crescendo a coisa não ficou muito diferente...
Ele acabou desistindo das competições da escola, pois, não importava o seu esforço, chegava sempre em segundo lugar... Até tentou chegar em terceiro, pra ver se conseguia mudar essa sina, ele deixou o que estava em terceiro passar na sua frente, mas, já no finzinho da corrida, o atleta se machucou e, sendo assim, ele chegou novamente em segundo...
No futebol já não o escolhiam, os colegas haviam percebido que sempre que ele jogava o time perdia ou quando estavam em um campeonato e ganhavam, era certo que no último jogo perdiam e eles chegavam em segundo lugar...
Ele cresceu, terminou a escola e quando foi fazer o vestibular passou com uma ótima nota, mas ficou em segundo lugar, e por ironia quem ficou em primeiro foi seu irmão gêmeo que havia escolhido o mesmo curso que ele...
Nem é preciso dizer que ele era o segundo melhor aluno da sala...
Quando terminou a faculdade, sendo o segundo a receber o diploma, já estava acostumado com essas "coincidências". Muita dizia que esse era o seu número da sorte...
Hoje ele trabalha em uma grande empresa, a segunda melhor do mercado. Ele é um importante funcionário, o vice diretor (ele aprendeu que essa é outra forma de chamá-lo de segundo diretor).
Se alguém quiser encontrá-lo é só ir até a empresa e perguntar pelo Sr. Arthur Segundo, que vão lhe dizer:
- É logo ali, naquele corredor, o segundo à esquerda, segunda porta.
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